terça-feira, julho 22, 2008

segredo

Minha escrita sempre tem algo oculto, algo que permanece fora das linhas e das entrelinhas.
A incompreensão restante não é falha na escrita, não é limite da redação. É quase um desejo, um fascínio pelo o que ao dizer permanece oculto. A palavra que revela é a mesma que esconde.
Há um medo sempre presente de se expôr demais, uma constante sensação de vigilantes por cima dos ombros. Minha escrita é sempre a figura nua que coloca as mãos na frente do sexo, com embaraço. Foi expulsa do Paraíso...

Um comentário:

Snow disse...

(Devem tê-la dito q era proibido.)
Eu tenho receio dos meus lápsos gramaticais e das incongruências... Me angustiam minhas tantas reticências e essa falta de sentido pra expressar o que poderia ser dito e que evapora no momento exato do acontecido.
Já quis ser jornalista e retratar a realidade. Já quis ser romancista e inventar. Já quis ser poeta e, apenas ser... mas nem sempre dá.
Há dias em que as palavras fogem e o paraíso fica parado... inconfesso, oculto, obscuro, inexplicável.
Não sei, mas talvez nada possa ser mesmo impecável.

Bjs