Já me refleti em mil olhos. Já ouvi meu nome em bocas tais que mal sabiam o que diziam. Estive em pensamento, em sonhos, em desejo.
Já quis que calassem a boca para que eu parasse de deslizar lábios a fora. Mentiram meu nome, minha aparência e minha identidade.
Os atos em que mais me expressei foram os movimentos dos outros. No toque, no olho, na voz.
Minhas vozes olharam, sorriram, dançaram. Platéia, palco e crítica unidos em muitos corpos, olhos e pensamentos.
A direção, ao contrário, difusa em roteiros mil.
domingo, outubro 28, 2007
quarta-feira, outubro 17, 2007
morte
a gente pensa tanta coisa. e tem medo da morte. talvez não você, talvez até não eu, que nos julgamos imortais. e ninguém pode dizer que não se julga assim.
pensamos a morte como algo no horizonte. sabemos ali, vemos ali, achamos até que não está tão longe assim, mas a cada passo mantemos a mesma distância.
e o pior, medo de não viver. não apenas como se deixa de viver quando se morre. O medo de viver com a morte, como personagem concreta que te espera na próxima esquina e que no próximo capítulo entra em cena pra marcar o fim.
tenho medo da morte. tenho medo de me achar imortal. tenho medo, mais ainda, de pensar que não tenho medo da morte. a morte dói.
pensamos a morte como algo no horizonte. sabemos ali, vemos ali, achamos até que não está tão longe assim, mas a cada passo mantemos a mesma distância.
e o pior, medo de não viver. não apenas como se deixa de viver quando se morre. O medo de viver com a morte, como personagem concreta que te espera na próxima esquina e que no próximo capítulo entra em cena pra marcar o fim.
tenho medo da morte. tenho medo de me achar imortal. tenho medo, mais ainda, de pensar que não tenho medo da morte. a morte dói.
segunda-feira, outubro 15, 2007
resquícios
ontem vi pessoas que há muito já se foram. vi pessoas que nunca chegaram. vultos de passado, resquícios de memória. como um eco que se propaga por anos e anos. como o brilho de uma estrela que, mesmo depois da explosão, permanece inalterado por muito tempo.
quem sabe eu realmente não estava a milhões de anos-luz?
quem sabe eu realmente não estava a milhões de anos-luz?
quinta-feira, outubro 11, 2007
cálculo
no final das contas, faltaram dedos pra calcular.
faltou lágrima e sentimento. faltou saldo e balanço. faltaram palavras exatas como números.
o divisor foi o máximo, o que tinha em comum, o mínimo. expressões com parênteses, irracionais e complexas.
o resultado, dízima periódica que nunca chegava ao fim...
faltou lágrima e sentimento. faltou saldo e balanço. faltaram palavras exatas como números.
o divisor foi o máximo, o que tinha em comum, o mínimo. expressões com parênteses, irracionais e complexas.
o resultado, dízima periódica que nunca chegava ao fim...
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