domingo, janeiro 20, 2008

efêmero

Talvez todo mundo saiba mas muita gente faz questão de não me entender. A quantidade nunca foi importante; durar muito ou pouco nunca foi o essencial. Sou da água pro vinho, da areia para o vidro e do chumbo para o ouro.
Na verdade, quem me conhece não sabe, não me apaixono pelo brilho dos olhos, pelas palavras escolhidas, pelo torcer dos lábios, pelas caras e bocas (que alguns sabem fazer como ninguém).
As coisas simples só dão mais beleza ao fato e facilitam a multiplicidade de motivos para me cativar. O que me apaixona são os sentimentos que surgem no encontro com cada pequeno ato e as inúmeras repetições posteriores. E enfeites, luzes, retoques e enaltecimento de cada novo detalhe que surge.
Certa vez, na casa de uma amiga disseram ser a Lua a responsável. Paixões diárias e inúmeras, tão infinitas quanto efêmeras. Lua em Sagitário, ironicamente. O importante, na verdade, não é a veracidade da astrologia, mas a forma como isso é algo tão meu que deveria estar registrado em algum lugar. Desde o princípio, estava escrito nas estrelas.

despeitado

A beleza tem andado tão desvalorizada...

(?!)

Gosto da beleza verdadeira, do traço bem feito, das formas mais divinas que humanas. A mercantilização da beleza tem um pressuposto básico: a acessibilidade do item. Daí a beleza ficou tão variável que chega a descaracterizá-la. A beleza deixa de ser beleza e é substituída pelas horas na academia, pelo cabelo na tendência, pelo "estilo" e por outras metrossexualidades.
Tá certo que a beleza pode ser como o conjunto da obra, mas a beleza pontual, em si, tem desaparecido em meio a quilos de roupas, acessórios, maquiagem e glamour.